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V Caravana – Uma amostra da realidade dos abrigos e asilos de idosos no Brasil

COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS / CÂMARA DOS DEPUTADOS /

Brasília, março de 2002

Comissão de Direitos Humanos / Câmara dos Deputados / Relatório da V Caravana Nacional de Direitos Humanos

Sistema Asilar Brasileiro

APRESENTAÇÃO

ENTRE O SILÊNCIO E A MORTE

Deputado Marcos Rolim

É difícil saber quantos são os idosos institucionalizados no Brasil. Pelos dados do governo, existem hoje em torno de 19 mil idosos atendidos em instituições asilares. O número pode ser muito maior se levarmos em conta que muitas das instituições do tipo não estão cadastradas e outras tantas funcionam, efetivamente, na clandestinidade. Durante uma semana, em outubro de 2001, estivemos visitando casas de internação de idosos em quatro estados brasileiros.

Ao todo, foram 28 instituições visitadas das quais apenas 6 nos pareceram adequadas ou em boas condições. Pelo que pudemos perceber, há um modelo largamente hegemônico no Brasil quando falamos em instituições para idosos: trata-se do modelo asilar. Poderíamos definir esse modelo afirmando que os asilos são aquelas instituições onde se verifica, primeiramente, uma segregação dos idosos diante da comunidade de entorno. Como regra, os idosos estão apartados de qualquer convivência comunitária; não saem do asilo ou, quando o fazem, realizam apenas breves e vigiadas incursões.

Além desta apartação, tão típica das “instituições totais” (Goffmann), deveríamos agregar outra característica fundamental, a saber: o abandono. Os idosos internados em asilos estão abandonados duplamente. Primeiro, pela família; segundo, pela própria instituição. Esse duplo esquecimento os condena a uma realidade sempre idêntica, não raras vezes definida por eles mesmos como um cotidiano em que se “come e dorme”.

Aos idosos vitimados por esse modelo asilar não se oferece atividades. Para todos os efeitos, eles estão internados em um espaço cuja realidade se situa entre o silêncio e a morte. O silêncio incontornável da vida que resta e o silêncio futuro que resultará do fim da vida…

Fonte: Site da Câmara dos Deputados.

Leia o estudo na íntegra em:  https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdhm/publicacoes/idosos.html#:~:text=Pelos%20dados%20do%20governo%2C%20existem,funcionam%2C%20efetivamente%2C%20na%20clandestinidade.

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